A Importância da Paternidade

Com a chegada do dia dos pais, mais do que presenteá-los pela data, é importante lembrar qual a importância da figura paterna no desenvolvimento das crianças. Assim como as mães, os pais têm um papel importante na formação e educação dos pequenos.

Paternidade é um conceito que vem do latim paternĭtas, que diz respeito à condição de ser pai.

As transformações culturais conduziram a uma mudança na estrutura das famílias atuais, onde nem sempre o que se vê são pais e mães educando juntos os filhos. As crianças necessitam de afeto, amor, limites e cuidados, e o pai tem o papel de suprir essas e outras carências.

Pr. João e seu filho Pr. Jonathas Queiroz.
Pr. João Queiroz e seu filho Pr. Jonathas Queiroz.

Você sabia que 90% ou mais dos problemas que a sociedade enfrenta em nossos dias, está relacionado com a ausência do pai na criação dos filhos? As relações entre pais e filhos está muito desagastada e deteriorada. Por isso, como pais, precisamos de um renovo, de uma unção nova e de um entendimento correto em ralação a família.

Para você ter uma ideia da importância da paternidade, Deus fez com que Jesus tivesse uma família, Maria e José foram escolhidos por Deus para cuidar do filho de Deus.

Veja o que diz o Evangelho de Lucas:

“E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.
Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor”
. (Lucas 2:21-23).

“E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que dele se diziam.
E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado.”
(Lucas 2:33,34).

“E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.”
(Lucas 2:39,40).

“E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas.
E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.”

(Lucas 2:51,52)

Deus deu à José o privilégio de cuidar de Jesus. Na Bíblia vemos que a história de José é bem passageira, mas o privilégio que José teve, ninguém teve: ser pai, cuidar, educar e acompanhar o filho de Deus – Jesus.

Pr. João Queiroz, sua esposa Pra. Irislene Queiroz e sua filha Jéssica Queiroz.
Pr. João Queiroz, sua esposa Pra. Irislene Queiroz e sua filha Jéssica Queiroz.

Com certeza, José viveu momentos maravilhosos como pai ao lado daquele menino. Ele acompanhou o crescimento de Jesus. José foi muito feliz como pai, porque ele atendeu a um chamado do Espírito Santo. Certamente, quando José entendeu a sua missão de ser pai, ele interrompeu todos os seus planos para estar cuidando dos planos de Deus. Os planos de Deus para José era para que ele cuidasse de Jesus e exercesse com excelência a paternidade na vida daquele menino.

No texto que descrevemos em Lucas, vimos que Jesus era submisso àquela família, embora sendo filho de Deus, ele ouviu, atendeu, obedeceu e seguiu as orientações de seus pais biológicos.

Jesus também seguiu regras, princípios, obedeceu, conviveu com seus irmãos, viveu em comunidade e teve uma vida normal como qualquer ser humano. Ele teve em José à sua referência paterna. Tudo isso nos mostra o cuidado e o zelo de Deus com a família e com a figura do pai.

Maria não foi uma mãe solteira e Jesus não foi criado apenas pela sua mãe biológica. Jesus teve um pai presente. Ao contrário do que é divulgado na mídia hoje, onde a ausência do pai é tratado como um fato normal na vida das crianças e adolescentes.

Infelizmente, muitos pais não sabem mais como gerenciar os seus lares, e com isso, vivenciamos um verdadeiro caos em meio à família. É importante que o pai tenha os seus princípios e acompanhe os seus filhos.

Hoje vivemos a Síndrome da onipotência das crianças, ou seja, as crianças acham que tem o poder sobre todas as coisas, e o pior é que vemos os pais incentivando as crianças e achando tudo normal. Observe que até os filmes que fazem sucesso na mídia de hoje, são aqueles os quais mostram histórias da busca por um “superpoder”, o qual não existe, é tudo uma enganação.

Com tudo isso, a criança torna-se cada vez mais inquieta e despreparada, desafiando a todos, e principalmente a autoridade paterna. As crianças agem de maneira prepotente, por onipotência, mas no fundo essas crianças buscam, desesperadamente: limites, regras e princípios, os quais os pais precisam estabelecer.

É importante como pais, determinarmos os limites, impor regras, horários e ações. Nos dias de hoje, vemos crianças e adolescentes acomodados, passando o dia todo envolvido com vídeos, jogos e internet, sem horário para comer, dormir, estudar, ou qualquer outra coisa. Quero te dizer, que isso não é normal! Crianças e adolescentes precisam ser estimulados a crescer, de forma saudável, respeitando sempre os seus limites e as autoridades, inclusive paterna.

Há uma história verídica na Europa, que ocorreu no ano 1968, onde foram criadas algumas creches com o título de antiautoritária, cuja ideia era não repreender as crianças, deixando-as em liberdade absoluta. Eles criaram essa creche, partindo da hipótese de que toda repressão era castradora, uma ideia inútil e danosa.

Com o passar dos anos, comportamentos desastrosos começaram a se manifestar na vida dessas crianças. Os donos da creche perceberam uma certa depressão difusa nas crianças, pois elas não sabiam o que fazer e como agir diante de situações diversas, até mesmo em situações de brincadeira.

Com o tempo, perceberam uma regressão das crianças. Foi detectado um marasmo psicótico, ou seja, houve um desvio de total desorganização psicofísica na vida das crianças. Então, os donos da creche entenderam que tudo isso era um grande engano, e que esse posicionamento sem limites causou um grande transtorno na vida daquelas crianças, então fecharam essas creches.

Com esse exemplo, concluímos que a falta de regras gera ansiedade nas crianças, e pode provocar sérios problemas emocionais, inclusive isso pode levar ao que chamamos de TDH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), que muitas vezes é diagnosticado e medicado com remédios fortes, mas que não resolvem o problema. Temos que entender que o problema está em nosso lar e em nossos relacionamentos.

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Pr. João e Família no lançamento de seu livro O Favor de Deus sobre Davi.

A controvérsia de tudo isso é que no passado, víamos pais que corrigiam seus filhos e que não se importavam com traumas, como hoje. O resultado disso, foi uma geração educada e bem criada. Ninguém ficou perturbado e neurótico por conta de correções. Vemos hoje crianças com sérios problemas de depressão e pais preocupados apenas com possíveis traumas.

Nesse contexto, é importante avaliarmos alguns dados de pesquisas: em 1996, uma pesquisa relatou que 79% dos norte-americanos dizem que o principal problema social que a América do Norte tende a enfrentar é a ausência física do pai em casa.

O divórcio também tem sido um grande destruidor da figura paterna. Na Inglaterra, por exemplo, somente 7% dos pais conseguem a guarda dos filhos em caso de divórcio. 40% a 50% dos pais perdem o contato com os filhos logo nos dois primeiros anos de separação. Outra realidade nesse aspecto, é que há uma grande probabilidade dos casamentos dos filhos de pais separados darem errado, e a razão para esse dado, é que as crianças aprendem a manter o vínculo conjugal através da observação e imitação dos pais. Ao contrário, portanto, os filhos, fruto de um relacionamento estável, têm uma grande probabilidade de ter sucesso em seus relacionamentos.

De acordo com estudos realizados, as crianças que crescem sem um pai, possuem uma vida muito mais difícil, do que os que tem os pais presentes. A autoridade do pai é insubstituível e essencial.

Tenho observado e aprendido que uma das coisas mais importantes para a segurança de nossos filhos é a nossa intimidade em nosso lar e o nosso exemplo de caráter em casa. Há uma segurança maior quando os filhos percebem um clima de amor, de mansidão e de carinho em casa. Do contrário, se não há esse clima no lar, haverá, consequentemente, muitos problemas familiares.

Observe outros dados em relação a ausência paterna: 70% dos jovens delinquentes e internados em instituições do Estado, tem um histórico de ausência paterna em suas vidas. 80% dos jovens que estão presos, cresceram sem a presença paterna. 63% dos jovens que cometeram suicídio, tinham pais ausentes. 69% dos casos de abusos sexuais ocorrem em crianças e adolescentes que não tiveram um pai. O fato é que com a presença paterna, há uma maior capacidade de suportar feridas, problemas e perdas que a vida nos causa.

Ser pai é ensinar os seus filhos a suportar as dificuldades da vida. O seus filhos devem saber que tem um pai, e que podem contar com ele em todos os momentos.

Mas, não basta apenas o pai estar presente fisicamente em casa, ou apenas ser o provedor financeiro, é preciso fazer a diferença na vida de seus filhos. Um pai deve prover também: segurança, carinho, atenção e tempo de qualidade para com seus filhos. Muitos homens transferem a sua responsabilidade e a sua autoridade de pai para as mulheres. Isso não está correto!

Não seja um pai passivo, pense do dano que isso pode causar na vida dos filhos. Lembre-se do exemplo de José na vida de Jesus.

Nossos filhos precisam de referência. Seja o modelo de caráter e princípios para eles. Se organize para estar com eles. Deixe a sua herança enquanto pai e pense no legado que está proporcionando para os seus filhos.

Saiba que o maior presente que você pode deixar para os seus filho é ter um tempo de qualidade com eles. Reveja as suas ações e as suas atitudes. Aproveite o melhor que Deus lhe deu: seus filhos! Você é autoridade sobre eles!

Deus abençoe a sua família!

Feliz dia dos pais!

Pr. João Queiroz

http://contato@batistarenascer.com

Graduado em Pedagogia e Teologia, pós-graduado em Neuropsicologia e Psicanálise Clínica. Fez curso de Coaching, é pastor presidente da Igreja Batista Renascer.

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