Comece honrando a honradez…

Todo ano é a mesma coisa. Lá vem as velhas e boas promessas que fazemos para nós mesmos e a lista de desejos para o ano que começa, até mesmo sem fazermos uma avaliação do ano que termina ou pelo menos, tentar nos lembrar onde foi parar aquela lista do ano passado. Normal. A gente faz porque faz parte do pacote de emoções do tempo de festas e vamos levando a vida assim. Só que agora os tempos são outros. Tempo de incerteza, desesperança, decepção com a classe política e com o governo, confusão de vozes, conflito de ideologias, violência extremada, crise econômica.

De tudo isso, confesso que o que mais me assusta é a deterioração dos valores, o abandono dos princípios, o desequilíbrio das razões em nome da ganância, do poder ou da fama a todo custo. Se não sabemos bem o que queremos ou o que podemos esperar, de uma coisa não podemos abrir mão: os fundamentos, as bases sólidas, os sustentáculos. Seja da moral, do convívio social, da vida familiar ou da fé. Aí que entra a honradez.

Em tempos de honra e também de celebração da disciplina, de foco nos absolutos inegociáveis, saber valorizar aquilo que é digno de honra é uma forma de preservar estas bases sólidas. Se fizermos como a Bíblia ensina quando nos orienta a submeter nossos pensamentos a um filtro de múltiplas camadas como a verdade, honestidade, justiça, pureza, amabilidade, boa fama, dignidade e virtude, não derraparemos na tentativa de nos equilibrar nesse emaranhado de opiniões, percepções e relativismos. Bem, até sobre isso eu já escrevi há um tempo atrás, mas não é à toa que esta coluna tem o nome que tem, para alinhavar as coisas, tentar fazer um laço com outras e, se possível, arrematar com um nó certeiro, mesmo que soe pretensioso e imodesto de minha parte.

Voltemos à honradez. Temos que lançar um olhar qualificado sobre as coisas ao nosso redor e decidir o que valorizar. Muitas vezes valorizamos demais as más notícias, as polêmicas, damos muito crédito a meias verdades, destacamos os maus exemplos, inflamos o lado ruim das coisas, enfim, honramos o desonrável, amplificamos o descrédito e enchemos nosso ambiente com tudo que só reforça o desânimo, a apatia e o tédio. Não que apenas falar de coisas boas vá resolver os problemas do mundo, mas muda nossa perspectiva em relação a eles.

Bem, mas como honrar a honestidade, a justiça, a dignidade, o respeito, a decência, a retidão, a seriedade, a probidade? Não apenas valorizando estas coisas nas pessoas, nas lideranças, empresas e instituições públicas, nos produtos que compramos ou vendemos, no ambiente de trabalho ou em casa, mas principalmente praticando estas coisas, aplicando-as a nós mesmos, em nossa vida diária. Daí, para nos tornar exemplos em nossa zona de influência será um pulinho, porque o mundo anda árido destes valores. As pessoas sentem falta destes predicados nas pessoas de seu convívio. Talvez esta seja uma bela maneira de sermos sal da terra e luz do mundo, já que o mundo anda insípido e em trevas.

No “Ano da Honra”, vamos começar escolhendo o que honrar!

Pr. Anibal Filho

Doutor em Produção Vegetal pela UFG e Pastor auxiliar da Igreja Batista Renascer.

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