A mãe que trabalha fora

Não fui uma mulher que sonhava com a maternidade. Na verdade, assim como muitas mulheres da atualidade, tinha medo das mudanças que os filhos poderiam trazer, afinal, já estava tudo organizado na minha vida. Casada com um homem de Deus, atuante no ministério e vida profissional encaminhada.

Porém, depois de dez anos de casada, resolvi abrir meu coração para a promessa de Deus: “Eis que os filhos são herança do Senhor” (Salmos 127:3, parte a). E, confiando nesta Palavra, resolvi tentar engravidar. Para minha surpresa, em dois meses eu engravidei.

Gestação, parto, licença maternidade, volta ao trabalho… e o inevitável conflito entre deixar os filhos em casa e retomar a vida profissional. Naturalmente, surge o sentimento de culpa (inerente a toda mãe) por não poder mais ficar 100% do tempo com eles.

A chegada das crianças em nossa vida não exclui automaticamente todas as outras responsabilidades. Por isso, em meio à bênção maravilhosa que é ter filhos, também temos que descobrir como equilibrar todo o resto.

Todavia, trabalhar fora, seja por necessidade ou por escolha, também tem seu aspecto positivo, pois tudo isso nos proporciona o início de uma nova fase. É a retomada de nossa individualidade como mulher e como profissional.

A rotina se torna uma loucura. Um corre-corre para limpar a casa, lavar a roupa, fazer comida, brincar com os filhos (que às vezes adoecem), dar atenção para o marido, zelar da vida espiritual e ainda ficar arrumada, linda e bem-humorada (risos). Nós mães somos fortes para tudo isso!

Por outro lado, é a oportunidade de agregar outras pessoas nessa jornada. Recorrer à ajuda do papai, dos avós, das tias, ajudante do lar, enfim, reconhecer que não precisamos ser “heroínas” para dar conta de tudo sozinhas. O segredo é não nos cobrar tanto, quando tudo não estiver em ordem. Infelizmente, muitas mães que estão lutando para equilibrar as coisas em sua vida, encontram-se sob o pesado fardo da culpa. Essa culpa vem de muitas formas, mas geralmente se resume à sensação de não estarmos fazendo um trabalho bom o suficiente em todas as áreas pelas quais somos responsáveis.

Acredito que o mais relevante é curtir todo esse processo da maternidade. A caminhada diária não precisa ser penosa, pois tudo é feito com dedicação e por amor.

Certa vez ouvi de uma amiga e grande mulher de Deus: “Não há sucesso profissional que valha o fracasso como mãe”. De fato! Por mais que seja gratificante e necessário trabalhar fora de casa, nada é mais prazeroso e realizador do que cuidar e estar com os filhos, ensinando-lhes a se tornar homem e mulher de Deus.

Hoje não tenho dúvida de que a melhor escolha que fiz na vida é a minha principal atividade: ser mãe!

É por isso que Deus coloca a nossa disposição seu maravilhoso dom da Graça. “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” (2 Coríntios 12:9).

Portanto, Deus conhece seus desafios de mulher e mãe, e Sua graça está lá para amparar você quando a sua capacidade não for suficiente.

Desejo a todas as mães leitoras da Revista Renascer um feliz dia das mães!

Ana Carina Macedo Mendes

Casada, mãe de Valentina (4 anos) e Estêvão (11 meses). Servidora pública do Judiciário e líder da Cia Essência (Ministério de Dança da Igreja Batista Renascer)

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