Mulheres, por quem vocês desejam ser representadas?

Nestes últimos anos, defrontamos com grandes debates ideológicos no Brasil, cujo ápice se deu na aguerrida corrida presidencial no ano de 2018. Nos deparamos com a direita versus a esquerda, a ideologia de gênero contra a moral judaico-cristã, a política assistencialista em oposição ao fomento do empreendedorismo e a cultura patriarcal criticada pelo feminismo.

Estive pensando a respeito deste “empoderamento” feminino durante entrevistas com pacientes em meu consultório. Casos de hipertensão arterial, palpitação, angina e até infarto é muito comum em mulheres independentes, dinâmicas, bem situadas profissional e financeiramente, outras não tão bem colocadas assim, mas que careciam da figura masculina fiel, segura e companheira ao seu lado. Estas senhoras eram obrigadas a sustentar seus lares, organizá-los e lidar com filhos rebeldes, muitos deles com desvios provocados pelas drogas para os quais não havia um porto seguro a se dirigirem.

Interessante como estes transtornos emocionais, como a ansiedade, síndrome do pânico e episódios depressivos cada vez mais graves, culminam e geram doenças cardiovasculares. Em nosso meio de cardiologistas, nossas conversas sempre giram na necessidade de entendermos de medicações psicotrópicas, pois deve existir um pouco de psiquiatra em todo médico que cuida do coração.

Dias desses, um casal me visitou e perguntei sobre a mãe de um deles que há muito tinha deixado de comparecer em meu consultório. Em certa época, a sua ida era quase mensal, época em que estava casada com um senhor adoentado e, que mesmo nesta situação, tinha maneiras grosseiras, de pouco carinho, respeito e até agressivas psicologicamente contra esta paciente. Seu quotidiano era ainda mais atormentador por conviver com uma enteada que defendia ferreamente seu pai, não se importando em feri-la emocionalmente.

Pois bem, a resposta que obtive foi a de que, após a morte deste senhor, dentro de alguns meses, um fazendeiro de sua cidade se interessou por ela e passou a assumir todas as suas despesas, inclusive a dos medicamentos. Esta senhora passou a ser tratada com respeito, dignidade, afeição e amor, desaparecendo os problemas de saúde como em um conto de fadas. Ela encontrou seu “príncipe encantado”, e isto com ela próximo de seus oitenta anos.

Refleti então sobre os capítulos 22 a 27 do livro de Efésios: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo Ele próprio o Salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

Diante de tudo isso, inquiri sobre o exemplo de duas grandes personalidades brasileiras da atualidade. Por quem as mulheres desejam ser representadas? Qual seria o melhor modelo a ser seguido? A de uma dignatária, que se orgulhava em mudar o vernáculo, acrescentando a desinência de gênero na palavra presidente para exaltar a figura da mulher “todo-poderosa”, capaz de enfrentar, competir e ser melhor do que qualquer homem, mas no final das contas, suspeita-se, como demonstrado nos grandes noticiários nacionais, que estava em um meio de corrupção e incompetência, levando o país a um desastre moral, político e econômico.

Ou a de uma primeira-dama, meiga, discreta, capaz de domar um homem de modos truculentos, tornando-o mais ponderado e sensato. Pelos joelhos dobrados desta mulher, seu esposo elegeu-se deputado federal em 2014 com 460.000 votos, quadruplicando-os em comparação a pleitos anteriores. Sua recompensa? Que tal o marido, após a vitória na corrida presidencial, dar-lhe a oportunidade de se expressar na linguagem brasileira de sinais no discurso de posse, algo antes nunca visto neste país.

Senhoras, não me entendam mal, de forma alguma almejo que abdiquem de seus sonhos, de tornarem-se profissionais respeitadas. Admiro muitas mulheres, minha mãe, minha esposa, Margareth Thatcher, Ângela Merkel, a cientista Marie Curie, a pastora Ludmila Ferber e muitas outras que dignificam a parte mais nobre da criação de Deus.

O que na verdade quero é transmitir a noção de complementaridade, e não de confronto. Homem e mulher não foram feitos para se enfrentarem. Foram feitos para se completarem, respeitarem-se, aliarem-se e fundamentalmente amarem-se. Traga Jesus Cristo para esta aliança, pois um cordão de três cordas dificilmente se romperá. Nosso melhor manual de instrução é a Bíblia. Cônjuges, ao seguir suas recomendações, certamente contribuirão para filhos felizes, mais sadios, emocionalmente mais equilibrados, que trabalharão para uma sociedade mais justa e um país mais próspero.

Desejo a todas as mulheres, um feliz dia da mulher, com sabedoria e equilíbrio!

Dr. João Marcelo Cavalcante Kluthcouski

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, com residência em clínica médica e cardiologia pela mesma instituição. Membro do corpo clínico do Hospital das Clínicas de Goiânia e da Clínica Cardioprime

Você também vai gostar de ver

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
0
Would love your thoughts, please comment.x
()
x