O pai que eu quero ser

Quero começar a primeira edição do ano da Revista Renascer citando o livro de Lucas, capítulo 15, a partir do versículo 11. Gosto muito desse texto, porque nos ensina alguns princípios que servem de modelo para os pais de hoje.

Lucas 15 é conhecido como o capítulo dos perdidos: ovelha, dracma e filho. Jesus, ao citar essas parábolas, embora estivesse tratando com os fariseus, que estavam totalmente desconectados e perdidos na tradição e religiosidade, também trata com outro seguimento importante: a família. Mas, dentre vários aspectos que envolvem o contexto familiar, gostaria de falar sobre as características do pai do filho pródigo, esse homem que ensina lições importantes para nós, pais e homens que exercem a figura paterna dentro da família. Veja as suas características:

  • Ele não desistiu da sua casa – Ele não abriu mão da sua casa, nem dos filhos. O texto diz que, quando o filho cai em si e volta para casa, o pai o vê primeiro, ou seja, ele estava esperando, não desistiu do seu filho, não aceitou perder seu filho para o mundo. Tenho certeza que nesse período em que o menino esteve fora, ele orou e jejuou pelo seu filho. Quantos pais já desistiram de suas famílias, da esposa, dos filhos e não oram mais pela sua casa? Quero te dizer que a sua família é um jardim que Deus colocou em suas mãos para você cultivar e guardar. A responsabilidade da sua família é sua, homem!
  • Ele era um pacificador e conciliador – Este pai mantinha a paz dentro do seu lar. Ele não acusou o filho que estava voltando arrependido e, ainda, pacificou a ira do filho que tinha ficado. Ele foi o agente de paz no momento de guerra e revolta, trouxe paz, conciliação e harmonia entre os que estavam sob sua responsabilidade. O pai não gritou, não usou sua autoridade de pai para mandar ninguém “calar a boca”, como muitos fazem; pelo contrário, falou tudo que era necessário para unir a família novamente. Não vemos o pai acomodado, deixando as coisas se resolverem por si mesmas ou deixando o tempo resolver. Quero lhe perguntar: você tem sido um pai pacificador ou um pai autoritário? Há diálogo em sua casa?
  • Ele estava disposto a pagar o preço pela família – Quando fui me casar, uma pastora amiga minha me disse: “casar é você morrer para viver a vida da Marilda” (minha esposa). Confesso pra você que no momento, achei muito radical, pensei dentro de mim que era exagero dela. Hoje, após 25 anos de casado, entendo que ela estava certa. Muitos homens ainda não entenderam que precisam morrer para seu “eu” e viver a vida da sua família, de pagar o preço necessário pelo bem da família, se interessar pelo que acontece com os que estão ao seu redor. O pai do filho pródigo pagou o preço para ter seus filhos de volta, preço da oração, jejum, preço de muitas vezes ficar calado e esperar Deus trabalhar com os filhos.

Que o Senhor nos dê graça para sermos homens que tem o coração na família, que tem sonhos como o pai do filho pródigo, projetos, diálogo, abertura para ouvir o que os demais tem a dizer, ponderar sobre o nosso papel como sacerdote do lar, além dos outros papéis que representamos. Que Deus nos dê entendimento para levarmos a família a um nível de maturidade e comunhão com Deus e uns com os outros.

Pr. Carlos Melo

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